O tempo passa e leva consigo a liberdade de todos nós. O direito de escolha já não existe mais. É preciso ser magro, o cabelo ser liso, a roupa ter etiqueta. É preciso ser escravo de objetos que já foram considerados supérfluos como celular, computador e televisão. Quando uma pessoa (geralmente uma mulher) acaba de se vestir e se olha no espelho, a mesma ao invés de se perguntar se esta se sentindo bonita e confortável, ela se pergunta o que os outros vão comentar. Nos lugares que frequentamos, a musica pode ser péssima e a cerveja estar quente, isso se tornou o de menos, o lugar precisa é estar na moda.
Democracia? O que é isso? É de comer? O que foi nos concedido depois do movimento das Diretas Já foi o direito do voto e não o direito de colocar no poder quem na nossa opinião seria o melhor representante do país. Candidatos não faltam, mas os que realmente tem chance de se eleger são poucos, são aqueles que a midia divulga, ou os que pagam mais pelo voto do povo - "Vote em mim e não discuta"
Em parte, a arte perdeu seu encanto. Escritores já não escrevem mais o que sentem, só escrevem o que vende -- "pode criar mas eu digo o que". Trocaram a magia de um bom livro por um programa de tv, pois ele te prende, ele te distrai, ele te vicia -- "por favor não mude o canal".
"Finja que manda", finja que pensa, finja que cresça, finja que apareça e finja que vive,
"Mas fique com o olho aberto, senão... daqui a pouco vão querer morar em você."
AméLia Leone ...
